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terça-feira, 15 de maio de 2012

O PAPEL DA CIPA

Pobre do administrador que não sabe lidar e otimizar suas lideranças. Transforma aliados em inimigos.

Penso que poucos profissionais até hoje tiveram a paciência ou esperteza de analisar o papel e potencial das CIPA dentro das empresas. Talvez se tivessem descido dos altares dos antigos paradigmas.....Interessante que muitos destes profissionais dedicam parte de suas vidas a tentativa de estabelecer elos de comunicação e relação com o chão de fábrica – mas erram de novo – quando o tentam desprezando as lideranças naturais. A figura do cipeiro é bastante interessante, primeiro por ser fruto de uma processo eleitoral que de alguma forma gera compromisso dos empregados com seu eleito. Segundo, porque via de regra na CIPA encontramos pessoas com algum grau de compromisso com questões bastante valiosas aos operários. Muitos dizem que a CIPA nas grandes empresas nada mais é do que um trampolim para a vida sindical – e em parte tem razão, mas parecem – por outra parte – querer desconhecer que a grande maioria dos cipeiros jamais deixam o universo da prevenção.

Interessante ouvir em mesas de reunião que fazer prevenção geralmente custa muito caro – e saber que ao mesmo tempo naquela empresa onde estamos ouvindo este mesmo comentário existem algumas pessoas eleitas e cujos salários são pagos pela mesma empresa que houvesse por parte da direção uma definição clara e moderna poderiam fazer prevenção. Estranho ouvir de algumas pessoas a afirmação de que 90 % dos acidentes ocorrem pelos famigerados atos inseguros e que estas mesmas pessoas não tenham consciência que um grande remédio para tal diagnostico seria a atuação do trabalhador conscientizando o trabalhador. Será que elas acreditam no que dizem ou ao menos sabem algo de fato sobre o assunto ?

Piores no entanto do que os administradores de pessoal sem visão sobre o sobre o assunto – são nossos colegas de SESMT que enxergam na CIPA uma oposição, um estorvo ou algo assim. Interessante que muitos destes colegas saem repetindo pelo mundo afora que o problema de segurança e saúde é dos trabalhadores e que estes deveriam ser responsáveis – mas ao mesmo tempo insistem em desconhecer a legitimidade destes como atores no debate sobre o assunto. De fato o problema de segurança e saúde no trabalho é do trabalhador – o papel do SESMT é ser consultor. No entanto as relações não amadurecem quando o SESMT tenta fazer da CIPA um “setor auxiliar” e vê no Cipeiro – um estafeta.

Minha experiência profissional permite-me dizer com certeza que quando a empresa tem uma política clara e decente em relação a CIPA esta corresponde de forma bastante interessante e os conflitos – que obviamente não deixam de existir – passam a integrar um grande processo evolutivo – seja de entendimento sobre os problemas, seja de soluções práticas quase sempre contando com o apoio e mesmo idéias oriundos do chão de fábrica. Quando deixamos de discursar ou jogar em quadros de propaganda a noção de que a empresa pertence ao empregado, que o mais importante deste local é a sua gente – é transformamos isso em prática de administração com certeza colhemos resultados bastante interessantes. E interessantemente não estamos fazendo mais do que legitimar uma situação. Talvez doa a alguns ter que deixar de lado a arte de ludibriar para ter de fato que negociar – mas é importante que entendam que quando falamos de segurança e saúde mais cedo – na prevenção – ou mais tarde – na correção – teremos que fazer isso. Poucos notam que a cada dia o que não se paga para prevenir tem sido gasto para corrigir – e as vezes sem que seja possível a correção plena.

Achar que o trabalhador ou suas representações não tem condições de administrar seus interesses talvez seja uma das maiores tolices que se possa ter com conceito. Bem provável que isso ocorra dentro de administrações distorcidas – mas se a administração é ruim com certeza segurança e saúde não é o único problema na relação. A bem da sobrevivência do profissional e mesmo em outra escala – do próprio negocio – é bom entender que a dissociação cidadão-trabalhador que durante muitos anos reinou a cada dia que passa tem sua distancia diminuída. Vale entender que muitas das exigências que o mercado criou – algumas delas de fato sem qualquer justificativa prática como por exemplo um grau maior de escolaridade para operar máquinas sem qualquer complexidade, trouxeram juntas mais conhecimento, mais discernimento e politização. Não olhar este quadro holisticamente e andar na contramão das relações.

Administrar a relação com a CIPA jamais foi tolher ou tomar conta da CIPA – este modelo doentio só leva a problemas. Dentro do tempo de tantos comitês e similares talvez seja interessante repensar o que pode ser proveitoso em relação ao comitê da segurança e saúde – talvez assim deixando de ver a CIPA como apenas algo obrigatório por lei e assumindo-a como parte do negócio encontre-se o caminho das pedras.

Propiciar a CIPA o pior dos treinamentos é deixar um barco solto numa noite escura de tempestade. Penso que talvez seja melhor ter um barco com rumo, com conhecimento e direção, pois é claro que a maior parte dos conflitos atuais e problemas surgem da falta de informação.

Ignorar a CIPA é fazer com que esta ganhe força diante do trabalhadores – e nem sempre o tipo de força que tenha alguma ganho em termos de prevenção. A grande maioria dos cipeiros são lideres natos e assim tudo farão para ocupar e chegar ao lugar de respeito que lhes é negado.

Por fim, conclue-se que há necessidade de uma avaliação bastante imparcial quanto a forma atual de que nos relacionamos com a CIPA. Após esta avaliação buscar um planejamento realista e adequado e daí em diante colher o bons frutos da famosa parceria – real – pois só está conduz a alguma tipo de resultado duradouro.


FONTE: Site Areaseg, por: Cosmo Palasio de Moraes Jr.

domingo, 6 de maio de 2012

Fones de ouvido e atividades barulhentas podem acelerar perda de audição

O dia a dia barulhento das cidades, somado a hábitos ruins como ouvir música alta com fones de ouvido e, de quebra, ainda ter uma atividade profissional onde se convive com ruídos em excesso são fatores que podem levar o indivíduo à perda de audição, ao longo dos anos. Normalmente não se percebe o quanto a exposição a esses ruídos diários pode ser prejudicial à saúde auditiva, mas a verdade é que os sons muito altos podem lesar as pequenas células ciliadas do ouvido interno.

A perda auditiva gera muitos impactos. Além da difícil comunicação com os familiares e um possível isolamento dos amigos, é preciso considerar o aspecto econômico. A surdez pode trazer dificuldades na hora de encontrar emprego.

Atividades desenvolvidas no próprio ambiente de trabalho são, muitas vezes, as maiores causas de perda de audição. Operadores de britadeira, trabalhadores de gráfica, DJs, músicos, operadores de áudio em gravadoras e emissoras de rádio, operários de fábrica sem a devida proteção, funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre muitos outros, estão expostos a ruídos intensos. Prevenir a perda auditiva, porém, é possível com o uso do protetor auricular que, em muitos casos, acaba sendo um acessório inseparável. 

Os jovens que costumam ouvir música com fones de ouvido devem tomar ainda mais cuidado, porque nesses casos o som alto atinge diretamente os ouvidos e a tendência é de perda de audição a médio e longo prazos, dependendo do volume em que escutam a música e o tempo de exposição ao barulho. Com isso, na hora de procurarem emprego, devem estar atentos para possíveis problemas de perda de audição.

"Nós não imaginamos, mas em um ambiente normal de trabalho, como um escritório, o som pode chegar a até 70, 80 dB", diz Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas. A exposição continuada a sons acima de 85 decibéis pode levar à perda auditiva definitiva, com o passar do tempo. Tanto que, para algumas atividades profissionais, a legislação determina a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual). 

Por causa do barulho intenso do trânsito, pessoas que trabalham na rua também correm o risco de sofrer uma perda auditiva induzida por ruído. São policiais, ambulantes, motoristas de ônibus, motociclistas, motoboys e guardas de trânsito, entre outros.

Dentro de um ambiente de trabalho, a preocupação também deve ser grande. Trabalhadores de indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a exames de audiometria de seis em seis meses e, quando constatada alguma lesão, devem se afastar daquela função. Já os músicos que trabalham com shows apresentam danos na audição com certa frequência, já que o sistema de som costuma ter mais de 130 decibéis.

Muitas pessoas procuram a Telex Soluções Auditivas devido a dificuldades para ouvir decorrentes da profissão que exercem, como relata a fonoaudióloga: "São comuns os casos de pessoas que desencadearam uma perda auditiva por exposição ao ruído intenso. Recebemos também em nossas lojas pessoas que trabalham com música, que já possuem perda auditiva, e também aquelas que procuram alguma solução para prevenir um possível dano", explica a fonoaudióloga.

Marcella Vidal recomenda o uso frequente de protetores auriculares, que reduzem o volume excessivo, propiciando uma audição mais confortável do som ambiente. Os protetores da Telex, por exemplo, são feitos em acrílico e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. Existem dois tipos: o que diminui o barulho ambiente em 15 decibéis e outro que reduz o ruído em 25 decibéis.

A realidade é que muitas portas têm se fechado a candidatos considerados inaptos a uma vaga de trabalho em função de alterações na audição. Em nosso país, a legislação exige que o trabalhador seja submetido a exames admissionais e, entre esses exames, os resultados da audiometria acabam sendo usados, ao contrário de seu objetivo, para selecionar o trabalhador no momento da admissão. O resultado é a existência de um contingente de trabalhadores com perdas auditivas, dos mais diversos graus, que podem encontrar dificuldades de reingressar em um novo emprego.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os ruídos são a terceira principal causa de poluição mundial. A entidade registrou um aumento de 15% de surdez entre a população do planeta.

FONTE: Telex Soluções Auditivas.

DOU publica lei que regulamenta profissão de motorista

Agora é oficial. A profissão de motorista foi regulamentada dia 02/05 2012 em todo país. Sancionada pela presidente Dilma Roussef, publicada no Diário Oficial da União, a Lei 12.619/2012 regulamenta pontos como a jornada de trabalho, o tempo de direção e descanso dos condutores.

Com a lei em vigor, começa a valer a proibição do trabalho por mais de quatro horas ininterruptas sem um intervalo mínimo de 30 minutos de descanso.

O trabalho poderá ser prolongado por mais uma hora até que o motorista encontre um local seguro para repousar. Está garantida também uma hora para as refeições. As regras sancionadas valem para profissionais que atuem no transporte de passageiros e de cargas.

De acordo com a regulamentação, entre as garantias, estão o intervalo mínimo para as refeições, o repouso obrigatório de 11 horas a cada 24 horas, e o descanso semanal de 35 horas. O motorista só poderá dar início a uma jornada com duração superior a 24 horas após o cumprimento integral do descanso.

Pela nova lei, os motoristas profissionais têm garantidos acesso gratuito a programas de formação e aperfeiçoamento profissional; atendimento de saúde; isenção de responsabilidade por prejuízos patrimoniais causados por terceiros; e proteção do Estado contra ações criminosas durante o exercício da atividade. 

A lei também impõe uma série de deveres aos motoristas, como manter-se atento às condições de segurança do veículo; conduzir com perícia, prudência e zelo; e respeitar os tempos mínimos de descanso. 

Além disso, os profissionais são obrigados a se submeter a testes e a programas de controle de uso de drogas e de bebidas alcoólicas, instituídos pelo empregador. 

O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e senador Clésio Andrade (PMDB-MG) considerou a lei que entra em vigor em 45 dias, uma conquista do setor transportador. "Foi uma vitória do diálogo entre empresários e profissionais, que construíram pelo consenso o texto finalmente aprovado pelo Congresso Nacional", afirmou.

O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Euvaldo Alves, se disse insatisfeito com a aprovação da lei, já que os principais itens de reivindicação dos rodoviários como aposentadoria especial em 25 anos de trabalho e jornada de seis horas de trabalho foi vetada do projeto. 

Ele informou que o sindicato pretende, em conjunto com a Confederação Nacional de Trabalhadores em Transporte (CNTT), fazer uma manifestação em Brasília para que a lei seja revista. 

A regulamentação deixou a categoria satisfeita. Há oito anos trabalhado como motorista de carreta, Edmilson José da Cruz, 30 anos, ressaltou que a lei vai trazer segurança para motoristas, principalmente para aqueles que trafegam com frequencia de um estado para outro. Ele, que viaja frequentemente de Minas Gerais para Salvador, disse que a regulamentação veio para melhorar a vida dos profissionais.

"Algumas empresas obrigam os motoristas a dirigir 20 horas por dia sem descanso. Muitas vezes os acidentes são provocados devido ao cansaço. Acredito que a partir de agora, nossas vidas terão mais segurança", destacou.

"Estou satisfeito com a aprovação da lei. Acredito que a partir de agora, com o descanso obrigatório, vai diminuir o número de acidentes nas estradas. Sem contar que vai ser bom para nossa saúde, já que vamos poder ter um momento de descanso. Faltou na lei a proibição de comissão que as empresas pagam aos motoristas no lugar do salário fixo.", afirmou o motorista Fabrício Gonçalves. 


FONTE: Site Revista Preteção.