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terça-feira, 8 de março de 2011

Resíduos - Novo modelo de gestão de resíduos da capital de Rondônia terá um Grupo de Trabalho Permanente

O Seminário de Gestão de Resíduos de Porto Velho, realizado nos dias 21 e 22.
 
O Seminário de Gestão de Resíduos de Porto Velho, realizado nos dias 21 e 22, marcou um momento de transformação na vida da cidade, assim o coordenador do evento, Luis Fernando Pereira, definiu o envolvimento e o interesse da população, que participou maciçamente dos painéis e das oficinas lotando o espaço durante todo o tempo com mais de 350 pessoas.

Foi aprovado, por unanimidade, a criação de um Grupo de Trabalho Permanente (GTP) para acompanhar de perto o andamento da implantação do novo modelo de Resíduos do Município, com a participação de todos os setores da sociedade.

“É necessário o envolvimento de toda a sociedade para que esse novo modelo tenha sucesso. O Grupo de Trabalho Permanente com certeza é uma forma concreta de participação ativa de todos, uma vez que os atores envolvidos diretamente e a sociedade estarão representados”, explicou Luís Fernando.

Experiências de sucesso são incorporadas ao modelo da Capital
Na apresentação dos painéis foram apresentadas experiências transformadoras como a do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis que desenvolvem um trabalho de organização nacional dos catadores em São Paulo e que já está sendo exportada para diversos países da América Latina.

As experiências de sucesso do Programa Goiânia Coleta seletiva, da Prefeitura de Goiânia, que promove a coleta seletiva e a transformação do material reciclável com auxílio das cooperativas de catadores, e o modelo de Curitiba, pioneira na coleta seletiva no país também contribuíram para a elaboração de propostas para o novo modelo de gestão de resíduos de Porto Velho. Ainda foram apresentadas propostas de mercado de recicláveis e mecanismos de incentivo, seguidos de debate com os participantes.

Assim como as palestras, as oficinas tiveram alto índice de participação e proposição. Foram cinco oficinas desenvolvidas na tarde de terça-feira (22): Novo modelo de gerenciamento de resíduos de Porto velho; Funcionamento da central de triagem e reciclagem; Funcionamento da coleta seletiva; Mercado de recicláveis e mecanismos de incentivo; E Saúde e segurança no trabalho no manuseio de recicláveis.

Da Amazônia para o mundo

Luís Fernando Pereira esteve em treinamento no Japão de onde pode trazer o conhecimento da experiência japonesa para compor o novo modelo que deve ser implementado em Porto Velho.

“O modelo japonês é fantástico e podemos aproveitar algumas coisas aqui em Porto velho, como o trabalho coletivo, por exemplo, mas a nossa peculiaridade regional e as nossas condições culturais, sociais e econômicas devem ser levadas em conta. E, com o envolvimento do poder público, da população em geral e com o apoio aos catadores poderemos construir um modelo eficiente e que contemple todos os atores envolvidos no processo”, frisou Luis Fernando.

“A reciclagem, de acordo com a ONU, gera 3 bilhões de reais ao ano no mundo e ainda evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. Do ponto de vista social, ambiental e econômico, a reciclagem pode atenuar os danos ao meio ambiente, gera emprego e renda e produz inclusão social”, afirmou Luís Fernando.

“Neste momento Rondônia está se alinhando ao que há de mais moderno em relação a reciclagem e a gestão de resíduos. Esperamos que o processo seja levado a frente pelo poder público e que a sociedade em geral se envolva para que possamos construir um modelo que seja, de fato, exemplo da Amazônia para o mundo”, concluiu Luís Fernando

Carta de Gestão de Resíduos de Porto Velho

Nós, cidadãos e cidadãs portovelhenses, reunidos no Seminário de Gestão de Resíduos de Porto velho decidimos:

Criar um Grupo de Trabalho permanente para acompanhar a implantação do novo modelo de Gestão de Resíduos do município, pois entendemos que a responsabilidade pelo sucesso é de toda a sociedade e a melhoria da qualidade de vida, das condições do meio ambiente e a inclusão social, questões que estão embutidas , no novo modelo, devem ser fiscalizadas, incentivadas, apoiadas por todos.

Ao poder público cabe a implementação do novo modelo em conjunto com a empresa vencedora da licitação; Mas a sociedade cabe estar vigilante para que o processo se dê dentro daquilo que é o melhor para a sociedade, e que possamos assegurar o sucesso do empreendimento como vimos que já é realidade hje em outras cidades como Goiânia e Curitiba.

Somos favoráveis que seja implantada a coleta seletiva em todo o município. Que o aterro sanitário seja construído o quanto antes, bem como a usina de compostagem para os resíduos orgãnicos. E que o processo de triagem e reciclagem de resíduos contemple ampla participação das cooperativas de catadores de resíduos recicláveis, pois entendemos que eles são os atores principais do processo.

As questóes de segurança no trabalho, comercialização justa, adequação de local e defesa do meio ambiente devem ser todas observadas com rigor em todo o processo e o poder público e a empresa devem dar ampla divulgação de todas as ações desenvolvidas para que a sociedade possa estar informada e participar ativamente de todo o processo.

Assim, esperamos estar construindo uma sociedade melhor para todos e que possamos deixar de legado às novas gerações um meio ambiente preservado e uma sociedade mais justa e fraterna.

FONTE: Rondôniagora.