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terça-feira, 17 de maio de 2011

Demanda por médicos do trabalho aumenta a remuneração

São Paulo/SP - Fora do escritório e mais próximo do dia a dia das empresas, o médico do trabalho precisa hoje estar por dentro das atividades em todas as áreas da companhia.

Essa necessidade de profissionais especializados que estabeleçam um planejamento para a chamada "saúde organizacional" em empresas de médio e grande porte tem esbarrado em pouca oferta de médicos capacitados e elevado a remuneração desses profissionais.

Um médico do trabalho pode receber entre 12 e 20 mil reais por mês, segundo Bernardo Entschev, presidente da De Bernt Entschev Human Capital, para estabelecer estratégias de ações preventivas relacionada à saúde dos funcionários em companhias.

"Esse profissional tem uma atuação com escopo mais amplo da que costumava ter há alguns anos, como reflexo do crescimento da preocupação real das empresas com os problemas de doenças crônicas ou vinculadas ao trabalho que os colaboradores podem desenvolver", explica Entschev.

Além da formação básica em medicina, os profissionais que trabalham na área precisam ter especializações relacionadas a gestão em saúde e hospitalar ou administração.

"O médico do trabalho precisa estar capacitado em habilidades de gestão, porque ele não vai fazer apenas exames admissionais e demissionais, mas também trabalhar próximo à diretoria na elaboração de políticas de saúde dentro da emrpresa e transitar em todas as áreas", esclarece Carlos Campos, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).

Segundo Campos, "esse é um momento promissor para os médicos que desejam trabalhar diretamente com as ações em recursos humanos. "Há uma demanda reprimida, porque até pouco tempo não era uma atuação tão atraente para médicos", diz.

Médicos do trabalho podem trabalhar em empresas, mas também em clínicas especializadas, consultorias e assistência técnica em perícias e relacionadas a processos trabalhistas. De acordo com Campos, um profissional que trabalhe nos dois últimos casos pode receber, a depender da região e estado, mais de 30 mil reais por mês.


FONTE: Revista Exame.

INSS discute novo modelo de perícia médica

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está discutindo com a sociedade e divulgando a nova proposta para a concessão do auxílio-doença com afastamento de até 120 dias. "Vamos discutir com o Conselho Nacional de Previdência Social, com entidades representativas de trabalhadores e empregadores, com o Conselho Federal de Medicina, temos um amplo espaço para discussão", anunciou o presidente do INSS, Mauro Luciano Hauschild. O novo modelo prevê a concessão do auxílio-doença previdenciário, com afastamento de até 120 dias, sem a necessidade da realização de perícia médica.

Segundo Hauschild, a perspectiva é de que, a princípio, sejam feitos experimentos com afastamentos de 30 dias, com aumentos gradativos. No entanto, ele explica que há um motivo para que fossem escolhidos os benefícios com afastamento de até 120 dias. "Oitenta e cinco por cento dos benefícios por incapacidade têm duração de até 120 dias. Além disso, 60% dos segurados que recebem auxílio-doença não pedem prorrogação", esclareceu o presidente do INSS. Ele ressalta que esta não é uma proposta definitiva. "É um indicativo de que estamos preocupados e que gostaríamos de repercutir a possibilidade de construir algo melhor para a sociedade", afirmou.

A proposta foi apresentada pela primeira vez no dia 30 de março ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Desde então, o projeto passa por aprimoramentos e estudos da área técnica que conta, inclusive, com a participação dos médicos peritos.

No momento está sendo discutida a utilização de um atestado médico eletrônico com certificação digital do médico assistente e, também, se o atestado médico já valeria como um requerimento para a concessão do benefício ou se seria necessário um requerimento específico. "Por enquanto estamos fazendo um estudo aprofundado, ainda não há definição de uma data para a implantação do novo modelo", esclareceu Hauschild.

Segundo o presidente do INSS, as novas medidas foram propostas por causa da insatisfação do segurado com o modelo atual de concessão de benefícios por incapacidade, pela reincidência da violência contra os peritos-médicos e pelo grande número de perícias iniciais realizadas pelo instituto. Com as novas medidas, 1,1 milhão de perícias iniciais deixariam de ser realizadas anualmente e, assim, os peritos poderiam ser aproveitados em outras ações para melhor atender a população.

FONTE: Previdência Social.
Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom.

CTPP oficializa criação de NR Frigorífica e de Trabalho em Altura

Durante reunião nos dias 30 e 31 de março, a Comissão Tripartite Paritária Permanente oficializou o seu interesse em criar uma Norma Regulamentadora específica para o Trabalho em Altura e outra para o segmento Frigorífico. Enquanto que para a elaboração do primeiro já havia um Grupo de Estudos Interno do Ministério do Trabalho formado, o segundo apresentava um grupo de estudo "informal" que vinha elaborando um pré-projeto da Norma. Em virtude disto, a CTPP aprovou a formação de um Grupo de Estudo Tripartite para a cadeia frigorífica.

O material técnico produzido pela primeira formação do grupo será avaliado pelo GET que deve finalizá-lo nos próximos meses para então levá-lo à consulta pública. De acordo com Cristiano Antônio da Silva, engenheiro de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente e representante técnico da bancada patronal no GET de Frigoríficos, a base do texto já está pronta. No entanto, por ser mais direcionada à cadeia avícola, a proposta de regulamentação terá um anexo específico para a área de bovinos e suínos. "Nosso objetivo é apresentar uma norma que contemple a segurança em todos os ramos desta atividade, visto que cada setor possui uma estrutura diferenciada. Por isto, neste momento, estamos trabalhando na elaboração deste texto", explica o engenheiro.

Já o texto normativo que regulamentará os procedimentos a serem adotados pelos profissionais que executam atividades em altura encontra-se em fase de finalização. A construção da Norma teve como embasamento o capítulo da NR 34 (Naval) que caracteriza o trabalho em altura. Segundo Luís Carlos Lumbreras Rocha, Auditor Fiscal do Trabalho que integra o grupo de estudos, o detalhamento do procedimento e do planejamento da atividade descrita na Norma sobre Segurança na Indústria Naval deu ao GT o embasamento necessário para a elaboração da proposta de normatização. "Nossa ideia é utilizar este texto, com pequenas alterações, para iniciar a discussão. Receberemos recomendações, solicitações e sugestões da sociedade que nos ajudarão na construção desta normatização", afirma Lumbreras.

A regulamentação para o trabalho em altura irá abranger o planejamento, a organização, a execução e a definição da responsabilidade para todos os setores, além do treinamento que o trabalhador responsável pelo serviço deve receber de seus gestores. "A proposta deve ser levada à apreciação da CTPP em sua reunião de junho. Se tudo ocorrer dentro do planejado, devemos ter o GTT da nova Norma formado e em funcionamento no mês de setembro", planeja o auditor.


FONTE: Revista Proteção. FOTO: Danilo Herek.