Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção
A NR 15, da Portaria 3.214/78, determina que se ao longo da jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados (dose), de forma que, se a soma das frações exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a esse nível, segundo o Quadro 1 do Anexo 1 da NR 15.
Para se obter o efeito combinado ou a dose equivalente de ruído, o uso do audiodosímetro é altamente recomendado, pois os dados obtidos são mais exatos, sendo, portanto, recomendado nos locais onde a exposição é variável. Esse instrumento é de uso individual e integra os valores dos níveis de ruído e o respectivo tempo de exposição, conforme a equação dos efeitos combinados, fornecendo, ao final da medição, o valor da dose em percentual. Por exemplo, a dose 1,0 corresponde a 100%.
O audiodosímetro fornece também o LEQ (Nível Equivalente do Ruído) correspondente à dose obtida.
Atualmente, existem no mercado diversos tipos e modelos de audiodosímetros, inclusive com recursos tecnológicos avançados que permitem, por meio de programas específicos, obter vários dados a respeito da exposição ocupacional, tais como: histogramas, dose projetada para jornada, histórico das medições no tempo, entre outros.
A obtenção da dose de ruído utilizando um medidor de Nível de Pressão Sonora de leitura instantânea é muito trabalhosa, uma vez que o técnico deverá medir cada nível de ruído e cronometrar o respectivo tempo de exposição a esses níveis. Portanto, em uma exposição muito variável, provavelmente, os resultados serão menos precisos do que àqueles obtidos com o audiodosímetro.
Desse modo, na avaliação ocupacional ao ruído, o uso do dosímetro é mais recomendado. Porém, o procedimento utilizando esse instrumento exige cuidado, experiência e conhecimento do técnico. Além disso, a configuração do equipamento, calibração, acompanhamento da dosimetria, análise e interpretação dos resultados são regras imprescindíveis nesse método de avaliação para obtenção de valor mais próximo da real exposição.
Autor: Tuffi Messias Saliba.