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sábado, 21 de maio de 2011

Saúde mental e estresse ocupacional em pauta

Nos anos 80, o estresse já era chamado de epidemia. De lá para cá, o fenômeno se intensificou. A palavra também se popularizou e passou a ser usada em diferentes estratos sociais, sempre buscando ressaltar o aspecto negativo. No entanto, sem nenhuma ansiedade, não se faz nada. Por outro lado, o estresse é um importante fator psicossocial de risco no trabalho e pode levar ao adoecimento. Foi com essa discussão que se iniciou o III Fórum de Saúde Mental e Trabalho, no mês de maio, em São Paulo.

A sobrecarga de trabalho, a organização do tempo no trabalho, o nível de participação, a possibilidade de desenvolvimento e ascensão da carreira, o salário, o papel exercido, as relações interpessoais, a cultura organizacional e a interface trabalho/casa são fatores relacionados ao estresse ocupacional.

"O estresse ocupacional resulta das transações dinâmicas entre os fatores ambientais e as percepções individuais. Há atividades laborais que trazem agentes estressantes para todos os trabalhadores, mas o tipo de agente e a manifestação variam conforme o contexto e a pessoa", explica a psicóloga e professora doutora da Unicamp, Liliana Guimarães.

A cronificação do estresse ocupacional leva à síndrome de burnout. A palavra significa exaustão, queimar-se por completo. Trata-se de uma fase aguda da manifestação do estresse, caracterizando-se pelo cansaço e esgotamento emocional, pela despersonalização e pela diminuição da realização pessoal, com uma autoavaliação negativa de si mesmo.

Promovido pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, o evento, além de debater questões ligadas à saúde mental no trabalho, foi palco para o lançamento do livro "Psiquiatria Ocupacional: aspectos conceituais, diagnósticos e periciais dos transtornos mentais relacionados ao trabalho".

 "O livro tem como foco importante um protocolo de investigação do nexo causal desses transtornos mentais relacionados ao trabalho. Esse protocolo auxilia a equipe do Sesmt a avaliar esses problemas. Também serve para o médico perito, quando for fazer uma perícia, e até a área jurídica da empresa, para entender melhor essa questão do nexo", explica um dos autores, o médico do trabalho e psiquiatra, Duílio Antero de Camargo.




FONTE: Redação Revista Proteção.