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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Comando de Saúde promove ação com caminhoneiros no Ceará.

Fortaleza/CE - Caminhoneiros são as pessoas que estão mais expostas a sofrer acidentes nas estradas. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que, das 3.279 ocorrências registradas no ano passado, 1.299 envolveram condutores profissionais - ônibus, caminhão ou carga leve - o que representa 40% dos acidentes. Mas o que pouca gente sabe é que o estado de saúde deles está entre os principais fatores que levam a essa realidade.

Com uma carga horária de trabalho quase sempre excessiva e tendo a estrada como principal morada, pouco ou quase nenhum tempo lhes resta para cuidar da saúde. Pensando nisso foi realizado ontem, o 1º Comando de Saúde nas Rodovias de 2011. Cerca de 100 caminhoneiros participaram da ação, que ocorreu no Posto São Cristóvão, localizado na BR-116, Km 16.

AtendimentosMedição do Índice de Massa Corporal (IMC), aferição de pressão arterial, frequência cardíaca, acuidade auditiva e visual, glicemia, colesterol e triglicerídios foram alguns dos serviços oferecidos gratuitamente aos profissionais. O objetivo foi conscientizar os caminhoneiros da importância dos cuidados com a saúde e prevenir acidentes de trânsito nas estradas.

Quem leva a frenética vida nas rodovias aprovou a iniciativa. "É importante, porque previne muitas doenças. Muitas vezes a gente até se surpreende com o resultado de alguns exames. É um incentivo para a gente tratar da saúde", disse Américo de Sousa, 49, de São Carlos- SP, que há 31 anos trabalha percorrendo as estradas do País. Sousa explica que caminhoneiro não tem tempo, está sempre carregando e descarregando alguma encomenda, por isso praticamente não resta tempo para tratar da saúde. Ele revela que chega a trabalhar até 12 horas por dia. "Quando a gente perde tempo com estrada ruim ou na fiscalização, o jeito que tem é compensar a noite".

Seu Américo Sousa não nega que já tomou remédio para se manter acordado e disse que, se precisar, tomará de novo. "É melhor viajar acordado do que dormir no volante". Porém, ele diz que não aconselha ninguém a fazer isso. "O certo é, se a pessoa tiver condições, dormir. A viagem natural é outra coisa".

Neurismene Oliveira, inspetora chefe do Comando de Saúde da PRF, informou que o evento acontece três vezes por ano. No Ceará, os próximos serão realizados em agosto e novembro. A inspetora revela que, dos 266 caminhoneiros avaliados no ano passado, 70% apresentaram carga horária excessiva, 72% algum tipo de obesidade e 90% gordura corporal inadequada, o que interfere na pressão, glicose e no colesterol.

Paralelo as ações, foi realizado um circuito educativo, alertando sobre a importância da prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DST´s), com distribuição de preservativos, vacinação e testes de hepatite e HIV.


FONTE: Diário do Nordeste.

Empresa multada por não aplicar medidas de proteção ao trabalhador

A fabricante de calçados Azaleia não conseguiu reverter no Tribunal Superior do Trabalho (TST) decisão que a condenou ao pagamento de multa por descumprimento de medidas de proteção ao trabalhador. A penalidade foi imposta em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho.

Obrigada a adotar 19 medidas para melhoria do ambiente de trabalho, com a finalidade de evitar acidentes com empregados, a empresa foi multada por descumprir 15 delas.

A Subseção 2 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do TST, ao julgar recurso ordinário em mandado de segurança apresentado pela Azaleia, entendeu que não houve qualquer violação a direito líquido e certo que justificasse a concessão do pedido a favor da empresa.

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia), ao julgar a ação civil pública proposta em 2003, impôs à Azaleia a obrigação de adotar diversas medidas de proteção ao trabalhador, dentre elas sinalizar locais de uso obrigatório de equipamentos de proteção individual, realizar campanhas educativas e treinamentos específicos para evitar acidentes, realizar estudos técnicos para substituição de solventes tóxicos, evitar emissão de pó de couro e borracha, obedecer aos intervalos intrajornada e instalar armários individuais para os empregados, dentre outros, relacionados a ruídos, alta temperatura, ergonomia e manipulação química.



FONTE: Mundo Sindical.

INSS - Carta pede novo modelo de perícia

Foi elaborada uma carta ontem, durante o I Encontro de Saúde Mental e Trabalho de Piracicaba, realizado na Faculdade Anhanguera, que será enviada ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), pedindo mudanças nos critérios de perícia médica sobre saúde do trabalhador. 

A carta também vai propor a capacitação dos peritos médicos no Modelo Social de Incapacidade, em Saúde Mental e Trabalho e Ergonomia, para melhor avaliação de nexo-causal dos transtornos mentais relacionados ao trabalho, acompanhamento do processo assistencial e encaminhamento à Reabilitação Profissional do ISS, assim como articulação com o Ministério da Saúde para capacitação dos serviços municipais de saúde mental.

Francisco Pinto Filho, presidente do Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba (Conespi), disse que é muito limitada a avaliação do perito para saber se o paciente está ou não em condições de retornar ao trabalho. “É preciso uma equipe multidisciplinar, que compreenda a profundidade da doença e vá ao local de trabalho, porque é o local de trabalho que pode estar doente”, disse ele.

Para Pinto Filho, a equipe multidisciplinar – composta por psicólogo, terapeuta, fonoaudiólogo e médico assistente – proporcionaria várias visões sobre cada caso, não permitindo que o paciente seja tratado apenas em função da recuperação ou não de suas condições para o trabalho.

Atualmente, problemas causados pelo estresse, como depressão, alcoolismo, hipertensão, dor de cabeça entre outros, levaram 1,3 milhão de brasileiros a se afastarem do trabalho e receberem auxílio-doença, segundo pesquisa recente da Universidade de Brasília (UnB), divulgada no começo de abril. 

O presidente do Conselho da Previdência Social de Piracicaba, Antonio Carlos Lima, destacou que toda política pública tem que ser aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência, daí o fato de tirar esta carta propondo mudanças. 

O encontro, organizado pelo Conselho de Previdência Social de Piracicaba e pelo Conespi, contou com a participação de sindicalistas, membros do Cerest, da Previdência Social e do Ministério do Trabalho. E foi marcado por diversas palestras, mostrando que as doenças da mente representam cada vez mais um fator importante de afastamento no trabalho, o que gera um custo social elevado.


FONTE: A tribuna.