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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dosimetria de ruído requer critério técnico para posicionar microfone

Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção

A NR 15, da Portaria 3.214/78, de­termi­na que se ao longo da jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos com­binados (dose), de forma que, se a so­­ma das frações exceder a unidade, a ex­posição estará acima do limite de tolerância.

Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a es­se nível, segundo o Quadro 1 do Anexo 1 da NR 15.

Para se obter o efeito combinado ou a do­se equivalente de ruído, o uso do audio­do­sí­me­tro é altamente recomendado, pois os ­dados obtidos são mais exatos, sendo, portanto, recomendado nos locais onde a exposição é variável. Esse instrumento é de uso individual e integra os valores dos níveis de ruído e o respectivo tempo de exposição, conforme a equação dos efeitos combinados, fornecendo, ao final da medição, o valor da dose em percentual. Por exemplo, a dose 1,0 corresponde a 100%.

O audiodosímetro fornece também o LEQ (Nível Equivalente do Ruído) correspondente à dose obtida.

Atualmente, existem no mercado diversos tipos e modelos de audiodosímetros, inclusive com recursos tecnológicos avançados que permitem, por meio de programas específicos, obter vários dados a respeito da exposição ocupacional, tais como: his­togramas, dose projetada para jornada, histórico das medições no tempo, entre outros.

A obtenção da dose de ruído utilizando um medidor de Nível de Pressão Sonora de leitura instantânea é muito ­tra­balhosa, uma vez que o técnico deverá medir cada nível de ruído e cronometrar o respectivo tempo de exposição a esses níveis. Portanto, em uma exposição muito variável, provavelmente, os resultados serão menos precisos do que àqueles obtidos com o audiodosímetro.

Desse modo, na avaliação ocupacional ao ruído, o uso do dosímetro é mais recomendado. Porém, o procedimento utilizando esse instrumento exige cuidado, ex­periência e conhecimento do técnico. Além disso, a configuração do equipamento, calibração, acompanhamento da dosi­metria, análise e interpretação dos resultados são regras imprescindíveis nesse método de avaliação para obtenção de valor mais próximo da real exposição.


Autor: Tuffi Messias Saliba.